sexta-feira, 20 de março de 2009

Subvulvios






Conduziu-a à cama, para, assim embebida, sonhar, e, sabendo que ia sair o seu amante, Samanta segurou o braço que lhe pertencia. Ele segurou a sua mão. “Não antes de te ter, não desta vez. Se podes, deita-te a meu lado, só até que o sono venha.” E ele, não lhe largando as frágeis mãos, chamou pelo porteiro. Era um homem idoso, mas robusto, de longas barbas e óculos igualmente albinos, perfeitamente redondos. Vestia um casaco longo, castanho, e cinzentas calças largas, presas por uma correia ao casaco. Samanta estava nua, e Ornat pediu que, se agachando, ela afastasse as suas pernas, sorvendo, a sua jóia escarlate, o ar carregado da moradia. Antecipando o que viria, deixou a cabeça ao colo entre as pernas de Ornat e este ordenou ao porteiro que a penetrasse. O mesmo, causando a sua vagarosa erecção, sempre servil, obedeceu. Ela apertou as mãos e soltou um pequeno som, fragilizada por demais. “Se me amas realmente, com certeza saberás saber o meu sabor em todos os homens.” Largou os braços, que se suportaram na cama (como que pregados a uma qualquer cruz de tormento), e abandonou a casa.

1 comentário:

  1. Eu, que nada sei da mitologia que serve de base à organização em "casas" deste blogue, posso dizer-te, mesmo assim, que este não podia estar noutra que não fosse a de lâminas.

    Fere.

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