A Subcultura
A Subcultura, muitas vezes referida como a “cena vampyrica”, é um movimento contra-cultura contemporâneo recentemente propagado na Europa e na América. Os membros pertencentes ao movimento, designados de vampyros, em nome da demarcação do vampiro, na identificação com o estilo de vida real em lugar do mítico, não se consideram, não obstante, como sendo totalmente humanos. Ou nascem nesta condição, ou penetram os seus mistérios pela via ritualista da iniciação, esta envolvendo a utilização sanguínea ou sexual. Acima de tudo, o Vampyro demarca-se da cultura vigente pela sua expressão pessoal e pelo culto ao seu próprio individualismo, entre os quais se encontram os que se denominam a si mesmos como sendo anjos da escuridão, num apelo ao simbolismo do que jaz, eternamente, entre a luz da redenção, e o sangue da danação.
O amor desta subcultura afigura-se na teatralidade, no expressionismo, no convívio, no erotismo, no ocultismo, no poder do sangue, no instinto grupal, e no critério pessoal de cada um.
É, apesar de tudo, indefinida a natureza do vampyro, devido à anarquia e à disputa sobre a realidade da “cena” por parte dos variados membros, reinando por conseguinte a inconsistência e, quase sempre, o superficialismo tanto como a falta de maturidade cultural como esotérica.
Enquanto alguns se ocupam de beber sangue, outros dignam-se de roubar energia psíquica, existem ainda aqueles que, acreditando apenas em si mesmos, na sua condição de semi-deuses, permitem-se a indulgência de todos os seus desejos.
A nível sociológico, a industrialização social, rejeitando todos aqueles que se recusam a submeter à desumanização corrente, é zombada pelo movimento presente, na mesma figura não humana e demasiado humana, do vampiro. O vampyro, é assim, e esta descrição é das poucas coisas válidas a nivel da sapiência esotérica, um ente que entende profundamente a realidade humana, de uma forma suficientemente aprofundada para se situar além dos seus limites.
Entre os vários indivíduos da subcultura, encontram-se aqueles que se alimentam por razões aditivas, de necessidade, e os que consideram o metabolismo em estudo uma experiência de liberdade espiritual, procurando-se, em todo o caso, uma quebra ao tabu e ao preconceito no sentido geral. Dentre as entidades mais respeitadas, realçam-se, em estatuto, aquelas que utilizam a Ankh, conectada à deidade egípcia ISIS e simbolizando tanto a imortalidade (símbolo do indivíduo independente de um poder superior) como o poder exercido sobre a morte. (Comprem uma ankh, gente, faz maravilhas - já o crucifixo com estes marotos não nos vai impedir de ser entediados)
O vampyro encara assim o mito do vampiro como um arquétipo, vivido e compreendido em si mesmo na qualidade intelectual, associando-o à magia, e, usualmente, ao arquétipo de Satanás, incluindo o seu estado na danação do ponto de vista católico ou de outras religiões dominantes. Esta concepção de mal encontra-se, por sua vez, ligada ao poder politico conseguido pelo medo, pela repressão, pela irracionalidade, e pela ignorância do estado mais livre e primário inerente no próprio ser humano, criatura predatória, como se constata pela proximidade dos olhos que constituem o seu canal de visão. A face lunar, visceral metamórfica, feminina, felina, vaidosamente nocturna, dionisíaca e sexual na criatura humana, é, por conseguinte, o aspecto vampyrico da mesma, desencontrado da sociedade moralista (hoje em dia é mais hipócrita mesmo) que, presentemente, vivemos.
São incluídos, como identidades da subcultura, aqueles que pesquisam e escrevem sobre o assunto, aqueles que o abordam pela estética e pela moda, os que ingerem sangue, os que abordam a vertente por via do fetichismo sexual, os que se alimentam da psique e da emoção, da força anímica e vital, sendo a fome presente acreditada como uma insuficiência, uma deficiência que quase sempre, origina de nascença, mas apenas desperta na época da adolescência.
Realizando uma abordagem o mais resumida possível do tema, os métodos variam entre a energia adquirida por intermédio do sexo, dos centros vitais e do sistema nervoso, dos processos dados a nível inconsciente, e por intermédio das variações emocionais.
Historia
Foi nos Estados Unidos da América, por volta de 1975, que um coventículo explorador dos aspectos mais obscuros do paganismo, nomeado de House Sahajaza, representou os primeiros indícios do que viria a ser o vampyrismo. No mesmo ano, o Temple ov Set instaurou um grupo de elite de nome Order of Vampire, consagrado ao estudo e à prática do vampirismo. No ano seguinte, Anne Rice, autora de vários romances, humaniza a figura do vampiro.
De seguida, nos anos oitenta, a subcultura gótica desenvolve, tanto nos EUA, como na Europa, inúmeras referências à temática do vampiro e é no meio da década de oitenta que são relatados os primeiros grupos de indivíduos que viviam a subcultura vampyrica, ainda de um modo bastante hermético.
O Vampiro, não se destina ao vampyro, e muito menos a qualquer subcultura. O nosso Vampiro é nobre, solitário, discreto, e mestre dos seus instintos. No vampyro, ele vislumbra unicamente, a mais absurda das presas.
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