O Presente Especial de Gibor
Gibor, o duende, saltava sobre as teclas de um piano, fazendo música para a multidão de escaravelhos abaixo de si, que, ritmicamente, construíam fitas de lustre através dos excrementos. O retorno do Rei Lagarto havia de ser festejado da melhor forma.
Tudo estava pronto e enquanto esperava, Gibor, humilde servo do Lagarto, foi dar de comer às moscas. As moscas metem nojo porque odeiam o nojo a que amamos agarrar-nos.
Cada um se distraía conforme as suas inclinações, e a esposa do Lagarto, A Grande Escorpião, bordava sonhos venenosos no uso da sua cauda como agulha. No chão, o bebé azul, filho dos dois, lia um livro em silêncio.
Os pirilampos chegaram a dançar, para afastar do reino todos os pensamentos, porque todos os pensamentos são maus quando se está perto da inteligência do Rei Lagarto. Gibor juntou-se ao baile.
Toda a sala se petrificou perante o olhar do Rei Lagarto porque a sua presença inundava agora a sala e ele tinha chegado.
O Rei Lagarto sentou-se no seu trono de caveira de búfalo e tudo ficou em silêncio, mas os pirilampos pregaram-se às suas escamas com um zumbido e o rei lagarto brilhava.
Crispando o olhar, o Rei Lagarto materializou uma flauta de osso para a borboleta, para que hipnotizasse as mulheres;
Um tambor de pele humana, para que o Louva-a-Deus dominasse os homens;
Deu uma criança aos escaravelhos que logo começaram a arrancar estrelas da sua carne;
E ao seu bebé deu um sino, porque o bebé azul era mudo.
À sua esposa, concedeu um colar cuja pérola continha a noite inteira.
À cozinheira, a aranha, materializou o último dos presentes e ao duende, Gibor, o Porteiro, nada deu. Mas Gibor ofereceu-lhe um fóssil antigo que tinha a marca de uma espiral, o símbolo de toda a primordialidade.
- És um extraordinário duende! Mereces uma prenda especial – e o Rei Lagarto ficou a olhar para ele e com a força do olhar transportou-o para um formigueiro.
Gibor apressou-se até ao centro, onde encontrou a formiga Rainha. E o Rei Lagarto disse – Todo o formigueiro simboliza a vida da espiral, trabalhando em redor da Mãe – Gibor meditou e respondeu – Obrigado, Pai! –
Gibor, o Porteiro, compreendendo que o Lagarto lhe apontava um portal, aproximou-se, estudou as mandíbulas da formiga, e deixou-se devorar por elas. De volta ao palácio, o corpo vazio do duende tombou e todos os insectos se riram com estalidos da desgraça do duende, e o Lagarto alegrou-se.
Gibor, o duende, saltava sobre as teclas de um piano, fazendo música para a multidão de escaravelhos abaixo de si, que, ritmicamente, construíam fitas de lustre através dos excrementos. O retorno do Rei Lagarto havia de ser festejado da melhor forma.
Tudo estava pronto e enquanto esperava, Gibor, humilde servo do Lagarto, foi dar de comer às moscas. As moscas metem nojo porque odeiam o nojo a que amamos agarrar-nos.
Cada um se distraía conforme as suas inclinações, e a esposa do Lagarto, A Grande Escorpião, bordava sonhos venenosos no uso da sua cauda como agulha. No chão, o bebé azul, filho dos dois, lia um livro em silêncio.
Os pirilampos chegaram a dançar, para afastar do reino todos os pensamentos, porque todos os pensamentos são maus quando se está perto da inteligência do Rei Lagarto. Gibor juntou-se ao baile.
Toda a sala se petrificou perante o olhar do Rei Lagarto porque a sua presença inundava agora a sala e ele tinha chegado.
O Rei Lagarto sentou-se no seu trono de caveira de búfalo e tudo ficou em silêncio, mas os pirilampos pregaram-se às suas escamas com um zumbido e o rei lagarto brilhava.
Crispando o olhar, o Rei Lagarto materializou uma flauta de osso para a borboleta, para que hipnotizasse as mulheres;
Um tambor de pele humana, para que o Louva-a-Deus dominasse os homens;
Deu uma criança aos escaravelhos que logo começaram a arrancar estrelas da sua carne;
E ao seu bebé deu um sino, porque o bebé azul era mudo.
À sua esposa, concedeu um colar cuja pérola continha a noite inteira.
À cozinheira, a aranha, materializou o último dos presentes e ao duende, Gibor, o Porteiro, nada deu. Mas Gibor ofereceu-lhe um fóssil antigo que tinha a marca de uma espiral, o símbolo de toda a primordialidade.
- És um extraordinário duende! Mereces uma prenda especial – e o Rei Lagarto ficou a olhar para ele e com a força do olhar transportou-o para um formigueiro.
Gibor apressou-se até ao centro, onde encontrou a formiga Rainha. E o Rei Lagarto disse – Todo o formigueiro simboliza a vida da espiral, trabalhando em redor da Mãe – Gibor meditou e respondeu – Obrigado, Pai! –
Gibor, o Porteiro, compreendendo que o Lagarto lhe apontava um portal, aproximou-se, estudou as mandíbulas da formiga, e deixou-se devorar por elas. De volta ao palácio, o corpo vazio do duende tombou e todos os insectos se riram com estalidos da desgraça do duende, e o Lagarto alegrou-se.
Já tenho a imagem; só não sei quanto tempo demorarei a conseguir passá-la ao papel.
ResponderEliminarÓptimo :)
ResponderEliminarIsso do óptimo é muito relativo :P
ResponderEliminarNão sabes quanto tempo demorarei a conseguir fazer o que imagino; nem sequer se gostarás do resultado final...
O que imaginas?
ResponderEliminar(agora fizeste-me perguntar)
Logo vês :P
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