quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A Extrair O Símbolo


modelo: Eunice Correia
fotografia: André Consciência



A noite era quente, áspera com maresia, dela caia uma mão cheia de geada que ele via desaparecer no descampado. Segurava numa Lâmpada de cobre e pensava no amor, essa palavra a construir-se na abobada e a desconstruir as outras, as estrelas a escalar precipitadas sobre a cabeça das uvas dos dedos dela. A erva crescia-lhe nos pés e a aranha vermelha no peito cheio. Então, repetiam o mesmo nome, um nome que nunca se tinha escutado sobre o chão, a aranha subia a pétala de uma flor e todos os túneis seguiam para cima.

André Consciência