quarta-feira, 4 de março de 2009

Relações Humanas





E odeio, odeio de morte e com as vísceras estes pedaços de pó que gostam de dançar em meu redor, estes vazios que a vida faz bailar sem brilho.

A solidão, a solidão fantasmagórica das sombras que se bebem nos bares ao som de músicas cavernosas como se os outros a nosso lado fossem companhia. Oh! Possam os hologramas, num futuro recente, substituir as pessoas com cheiros pestilentos. Mas depois, dá-nos aquela vontade de esmurrar, de enfiar o caralho nalgum sítio e para isso falta-nos a carne! Como nos poderemos babar sobre um pescoço de fêmea a copular? Babamo-nos para cima de um pescoço qualquer, molhamos os punhos de sangue, e deitamos fora. Agora já estamos saciados...

Será que ninguém vê que esta já é a realidade que vivemos? E todo o ritual emocional, banalizado ao preliminar da necessidade, da fome de amassar alguma coisa e perguntar: "está escuro, existe luz por aí?", "está frio, tens chama? tens de comer?" E faz-se uma refeição aquecida a micro-ondas. Pronto a comer. Pronto a comer. Pronto-a-comer. Até os casamentos se chamam "happy meal", com um sorriso "I'm loving it" e come-se num instante.

Disse-me:
Apetece-me "Comer-te".

Respondo:
Bebe também as minhas lágrimas.

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