quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eva



Sol da Meia Noite, Valter Bártolo, 2005




As tonalidades negras começavam a tingir o manto celeste, e o erguer da noite anunciava-se com uma canção azulada – como o não-ser de Novalis é azulado:

Com a noite caiam os homens altos, de longos casacos, solitários e petrificados pelo hálito do gelo, os peitos a arder. Sentavam-se sobre secretárias de madeira velha e molhavam as penas, aberto o corpo, os olhos iniciavam o processo da chuva e os papiros tornavam-se livros. Órfãos, todos eles, desenhavam o rasto da Mãe. 

André Consciência

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