Olhar Elísio, Mia d'Lavernne
A fome pisa este chão de fogo,
E ergue-se, com garras de aço
A luminosidade incorpórea
Da esperança.
Se sonhou ao contrário
O menino cuja extremidade da morte
Iniciava o conforto da vida;
Se inscreveu sinais de angústia
Nas paredes mitológicas
Do medo dos fartos;
Guardou, para sempre,
O tesouro da manhã
Dentro da bruma em brasa
Da noite incandescente
Do olhar inviolável
Ofertado por mãos
Da sobrevivência que
Ao homem, ofereceu veemência.
Não chega dizer
A opressão que nunca o prostrou
O ruído dos homens que nunca
Nele falou.
De asas bravias se recebe
No solo olvidado
Da rua,
Elevado, mudo,
Desperto e parado.
Fita o mundo lavrado
E aguarda a idade,
Que a idade possui
Para que se decifre
A impoluta essência
No abandono do seu rosto.
André Consciência
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