A deslizar na suavidade verde da semeadura.
E solenemente e calmamente acenam os chorões;
Uma voz amada a sussurrar pelos ramos.
O vento, pachorrento, faz flutuar as coisas belas
De algures até aqui e o perfume do narciso
Com toque de prata te toca.
No bosque de aveleiras troteia o melro -
Responde a canção do pastor pelos pinheiros.
Quão longamente desaparecera o pequeno habitáculo
Onde agora crescem tiras de vidoeiro;
A lagoa porta uma constelação solitária -
As sombras rondam em silêncio dourado!
E o tempo é milagroso tanto,
Que em humanos relances se procuram anjos
Inocente e deleitada brincadeira.
Sim! O tempo é milagroso.
Georg Trakl
traduzido por André Consciência
Sem comentários:
Enviar um comentário