Amendoeira - Sofia Costa Figueiredo
Montado na relâmpago,
Às majestosas portas de Carmona.
Desmonto e sinto um punhado de areia na mão,
Que atiro ao vento. O rio Eufrates passa à minha frente,
Um sorriso tranquilo como o ruivo Pôr-do-Sol,
Enquanto a fogueira aos mugidos me lembra o correr do tempo.
“Deus seja louvado por ter colocado um mar entre nós!”,
Uma, de tez diferente e raça distinguida.
Bela, como uma Lua que o Sol banhou e cuidou durante a noite eterna,
Um creme, um leite das estrelas entre as peles escurecidas de assassinos.
O caixão dourado dos desejos que a sua mordedura selou
Sobre os tornozelos decorados, torna o sangue como um vinho servido por astros,
A morte como uma doçura jorrada dos peitos negros da noite.
Como é bela e se movem as suas pálpebras, entre a matança,
E com elas desnuda, prisioneira, a mãos de mulher, os exércitos,
E rasga com a fúria das espadas a carne e beija com a fragrância doce das flores
Os campos azuis da alma… Eclipso-me e, vazio, visto-a como coroa.
Numa nostalgia das brancuras do norte empalideço até ao fim da minha luz
E o óleo da minha alma extingue-se.
A Primavera desperta um festival de amendoeiras, agora,
Pousada sobre um ninho de albinas rosas selvagens, ela,
O azul da lua perdido no jardim das estrelas.
André Consciência
Montado na relâmpago,
Às majestosas portas de Carmona.
Desmonto e sinto um punhado de areia na mão,
Que atiro ao vento. O rio Eufrates passa à minha frente,
Um sorriso tranquilo como o ruivo Pôr-do-Sol,
Enquanto a fogueira aos mugidos me lembra o correr do tempo.
“Deus seja louvado por ter colocado um mar entre nós!”,
Uma, de tez diferente e raça distinguida.
Bela, como uma Lua que o Sol banhou e cuidou durante a noite eterna,
Um creme, um leite das estrelas entre as peles escurecidas de assassinos.
O caixão dourado dos desejos que a sua mordedura selou
Sobre os tornozelos decorados, torna o sangue como um vinho servido por astros,
A morte como uma doçura jorrada dos peitos negros da noite.
Como é bela e se movem as suas pálpebras, entre a matança,
E com elas desnuda, prisioneira, a mãos de mulher, os exércitos,
E rasga com a fúria das espadas a carne e beija com a fragrância doce das flores
Os campos azuis da alma… Eclipso-me e, vazio, visto-a como coroa.
Numa nostalgia das brancuras do norte empalideço até ao fim da minha luz
E o óleo da minha alma extingue-se.
A Primavera desperta um festival de amendoeiras, agora,
Pousada sobre um ninho de albinas rosas selvagens, ela,
O azul da lua perdido no jardim das estrelas.
André Consciência
Parece que a Primavera, em vez de trazer de volta o sol, as cores e todo o rodopio da vida, trouxe a calma da lua, azul.
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