segunda-feira, 31 de março de 2014

Materialização




O clarão da bandeira a existir estranhamente leve, um Sol que torna os homens pesados sob o calor. Depois calei-me, para que os marinheiros voltassem a fitar o mar. Mas já ninguém o via. Agora a embarcação prosseguia, as velas desfaziam-se, apáticas. Até os enigmas se fizeram sóbrios, toda a luz era escura e completa. Agora, os precipícios não tinham nada que enganar. Os predadores que comigo seguiam tornaram-se, ao meu silêncio, transparentes, suaves, entreabrindo os lábios em preguiçosa volúpia. O Sol nunca mais retornaria a pôr-se. Pensavam-me terra em pleno mar.

André Consciência

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