segunda-feira, 8 de março de 2010

Casa de Lâminas


Ch'am


Na segunda noite dirigi-me por meu próprio intento à Casa de Lâminas, cuja entrada em madeira não possuía qualquer inscrição, excepto marcas de haverem existido inscrições depois raspadas. Sentei-me e, enquanto esperava, pela primeira vez desde a minha viagem ao Lugar do Medo, passei pelas brasas. De imediato isto veio chamar uma legião tremeluzente de escaravelhos que ostentavam, no lugar de mandíbulas, tortuosas lâminas. Não soube de outra forma de lidar com esta prova, excepto o que fiz: negociar que, não oferecendo resistência, levassem apenas a carne dos animais. Quero com isto dizer que devoraram somente a minha cauda e as minhas asas. Da minha cauda organizaram um tacho de pétalas encarnadas, e das asas um vaso de pétalas brancas. Um momento posterior, na minha língua fizeram família as pétalas amarelas, que espantaram os insectos ainda antes da manhã ser chegada.

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