terça-feira, 9 de março de 2010

Casa de Jaguares


Balam na


Por esta altura o povo de Xibalba e os seus senhores evitavam as pétalas cristalizadas na minha língua e o frio corpo de ossos que a cobria. Fiz-me mover até à Casa de Jaguares. Na porta, uma pintura de mulheres com serpentes no peito a caminhar sobre feras. Prostrei-me a um canto no interior, e descansando permiti os felinos gastarem a sua vitalidade nos meus ossos. De manhã, jaziam, ofegantes. Intacto, devorei, sem pressa, o coração de cada um. Senti a queimadura espalhar-se nos meus órgãos. Os meus olhos de água acolheram o fogo. E abandonando a casa os guardiões puseram-se em fuga, indagando-se sobre a minha origem.

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