K'ak'ma
Permaneço agora, compassadamente, na Casa de Fogo. Não existe muito a dizer sobre isto. Existe, no que respeita este tema, o fogo, e nada mais. Cá fora, este fogo arde de noite, de dia dormindo no interior, pois é o fogo das flores que se formam a partir do céu e que perdem o perfume nos artifícios, que vão usar essas quintêssencias, no aspecto decaído e consumível, como forja. Distingui a vinda do dia e sai. Entre os fantasmas, viram-me mover como um coiote e por isso tremeram, furaram os ouvidos, os braços, e colocaram os seus corações num vaso que me ofertaram. Mas o Morte Sete, não temendo, convidou-me ao trono em brasa. Perscrutei a Casa de Morcegos, não lhe agradando com resposta. Mas o Morte Um, não temendo, teceu esta questão: "Sobrevives à Casa de Fogo pela graça dos corações dos Jaguares. Porém, quem, em toda Árvore dos Mundos, és tu, que haveis dependurado os seus quatro corpos, esses quatro corpos dos primeiros entre os homens, já sem coração?" Eu respondendo: "Sou a Água da Beleza e devorei a ch'ul daquele jaguar cujas presas eram doçura, para conhecer o seu caminho. Sou a Queda de Água e devorei a ch'ul daquele jaguar cujas presas eram noite, para conhecer o seu caminho. Sou a Água das Araras e devorei a ch'ul daquele jaguar cujas presas eram Lua, para conhecer o seu caminho. Sou o Casa de Água e devorei a ch'ul do Diferenciado, de forma a compreender o caminho. Sou Qo'ahau e subi as Montanhas da Manhã para arrancar da Serpente Imperadora a insígnia da Realeza." Arrogância, pensaram Morte Um e Morte Sete, empurrando-me para a Casa de Morcegos.
A k'ul é a parte da alma eterna, a primeira parte da alma, e não tem forma. A segunda parte da alma é a imortal, e toma a forma de um animal (caminho).
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