terça-feira, 25 de outubro de 2011
Trémula
Enquanto os homens estavam nos banhos ou ocupados
Adquiri o hábito de me passear nua com os ouvidos abertos.
Encontrava-se junto da porta com um pénis cor de rubi
Nas mãos enormes e revoltadas.
Diz-se que os pés dele eram como as raízes da volúpia
Mais profunda, e que milhares de cúpidos e faunos
Faziam ninho no seu cabelo.
Ao meio dia, fornecia-lhe pele em bruto. Gostava
De me apreciar segurando objectos de vidro, de qualidade.
Perguntei a mim própria se teriam filhos, ele
E a Tristeza, perguntei-me como seriam
Com suas pequenas fendas palpitantes.
O aparecimento de uma visitante bem proporcionada, elegante,
Subia os degraus ao fundo, os cabelos cobertos
Por um véu verde escuro, por baixo, o corpo nu
Apenas completado por chinelos dourados.
Estava despida como assistente, somente, e por um momento
Vi-me a querer um adereço para as extremidades inferiores.
A mulher elegante apareceu nos aposentos de Maria,
Um homem grande de cafetã e turbante, banqueteando-se
Nas suas costas. Encontrei-lhe o olhar
Sem querer.
Inclinou a cabeça. Não olhes. Embaraçada, voltei
A minha atenção para o musculado rubi.
Os venezianos estavam atrasados.
Horned Wolf
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