Acordei e vi-me ao espelho. O espelho mostrou uma imagem de mim se o que eu fosse não fosse mais do que esquecer-me: porque esquecer é ter figura. As quatro mãos do meu cansaço, duas em mim e duas no espelho, conversavam em linguagem gestual sobre assassínios que curam, sempre com o sarcasmo da linguagem universal que é a mentira. Se um dia eu pudesse ter só um braço, só um olho, uma narina apenas, e a minha figura quebrasse os espelhos, a repetição seria nova e o novo um sentimento familiar.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
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