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As ervas ardem a noite e o silêncio comove-se em linguagem.
De mim até ao céu pendura-se a sombra invertida das árvores
O vazio roça contra a poesia da carne, um momento cedo
E as estações adormecem, uma a uma, sobre o Tejo.
Escuta-se então, na penumbra do clarão
O sibilar constante das correntes,
A pureza do seu negrume apaga
Os primeiros pesadelos da neblina
E eu perdi-me, para encontrar as ninfas deste mar.
Um barco, do qual fiz minha vida, à deriva aguarda
Ao som de rede estendida. Uma a uma, diz-me palavras,
Maternas, palavras q’ são mulheres nuas, de corpos mortos
Içadas. A árvore revestida de uma pira, e o meu coração guarda
No fundo gelo do fundo, a luz no mundo.
Horned Wolf
quando for grande quero escrever como tu.a menos que comeces a dar-me já umas lições ;)
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