domingo, 13 de janeiro de 2013

O Fôrro Do Leito

Octave Tassaert


Algo semelhante a nudez roçou a porta
Vestia uma mulher nua na largura do peito
Iluminada pelo fogo das lâmpadas
E da mesma forma que se abrem as asas
Das borboletas, um astro elevou-se
No pequeno horizonte do vestuário
Ao devassar os mundos inexplorados
Deus é infinitamente pequeno
O nosso sangue habita abismos nocturnos
Há dezoito milhões de rainhas
Na funda caverna
Deidades infinitamente belas
Não conhecem as leis físicas
Os milhões de deuses criaram Adão
No primeiro dia
Amor
Essa passividade de pedra que cai
Os olhos tão ofuscados do absoluto
Que virão fechados
A ocultar a vista com uma mão-estrela
No espaldar, rósea e nua à luz das lâmpadas
Mais não é algo de fixo
É recuar ou avançar no incompreensível
Do fim da noite ao meio dia os amantes
Não tiveram repouso ou repasto
A universal brancura das lâmpadas ilumina
A imensidão da sala
Acesos todos os sírios na mulher mascarada
Os seios erectos, os braços e as pernas convulsos
A caírem sobre a pele de urso
Como se fossem grilos.

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