Baptism of Christ - Francesco Albani
Meditações sobre o cristianismo:
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1 - A fé verdadeira depende de uma provação em que a verdade se torna independente da lógica e se afasta das condições impostas pelo sentido: a verdade reina assim sobre o sentido e cria uma lógica sensível às suas premissas- estamos conscientes de ir, nesta consideração, ligeiramente contra a escolástica.
2 - Para que a paixão da alma vença sobre o desejo, e a força de vontade se eleve sobre o lodo dos mundos, de forma a trabalhá-los, esta verdade deve pôr à prova todas as necessidades não necessárias, em algumas vias pela indulgência, noutras pela abstinência.
3 - Assim, Cristo morreu para abrir ao homem o caminho dos céus, tal como, ao retornar, irá julgar os homens e, aos seus seguidores, conceder a imortalidade. Para estas verdades, que não são literais, serem entendidas no seu próprio campo, devem ser apreendidas, e totalmente, de modo literal.
1.
1 - No monoteísmo cristão Deus é o amor que tudo sabe, que em tudo está, e que tudo pode. A oração, a palavra limpa pela chama interna, é a forma de diálogo com essa corrente de amor. Mas esta crença é ainda um resquício do judaísmo.
2 - O Espírito Santo do monoteísmo cristão é o mesmo Deus dos judeus. Este é, à semelhança do Deus que se fez homem - Cristo - Deus que se fez anjo e anjo que se fez intermediário entre a natureza e Deus. Mas o Deus do cristianismo não é o Deus dos judeus. O Deus cristão, sem o filho e sem o espírito santo, é a redução dos mundos ao pó.
3 - A questão do inferno, do céu, do purgatório e a fé dos reencarnacionistas, ou seja, o tema da vida após a morte, não encontra consenso dentro do cristianismo, e será por isso ignorada. Sabemos apenas que a fé no Deus Homem proporciona a vida eterna, seja em que região for. Ou melhor, ao mesmo tempo que é dado um espaço de reflexão ao homem, no que concerne o arrependimento, este deve estar constantemente confrontado com o absoluto nos seus actos e em todas as coisas que pertencem à natureza humana. Esta particularidade pode ser verificada igualmente nos símbolos cristãos, a intercepção, na cruz, da verticalidade com a horizontalidade ou, no alfa e no ómega com a âncora, a possibilidade do bom porto em qualquer um dos pontos entre o inicio e o fim, ou seja, o encontro directo entre o infinito e o limitado, também constatado no facto de, apesar da ressurreição ser eterna, o ciclo da vida de Jesus Cristo ser reverenciado consoante a roda do ano e todos os anos.
André Consciência
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