quarta-feira, 14 de maio de 2014

Branco Como O Osso Antigo



Só as árvores, infindáveis árvores
A submergir a torrente de folhas mortas
E castanhas, em verde vidência
O campo ensopado por caules mortos
O trigo apodrecido, depois um archote
A árvore a entrar em erupção
Aos uivos, as estrelas descerem os olhos
E vertendo das hastes a arder
O veado negro faz-se escoltar
Por crianças despidas, os seus cabelos
Um milheiral sobre a face
Da Lua. 

André Consciência

2 comentários:

  1. isto fez-me pensar na poesia como meio de transmitir visões. É uma maneira de lhe dar um corpo, à visão, mas ao mesmo tempo semeia visões nos outros também. o raio do veado a verter-se das hastes a arder. isso vai dar um fruto estranho aposto

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  2. este foi de facto inspirado numa visão relacionada a uma inteligência da sétima mansão lunar, e serve o propósito que a tua perspicácia captou :). ainda não te enviei o mail, mas farei.

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