O fogo tem sempre fome
E com o
calor a cobrir-lhe a cara
Ela estava
em pé por cima de mim
Agarrada ao
meu archote
E a uma
tristeza que pensei talvez
Quebrar-me
no peito.
Sob um manto
de folhas
Os meus
olhos estranhos
Fendidos e
dourados
Reflectindo de volta a luz do meu archote
Reflectindo de volta a luz do meu archote
E um cabelo
de Outono
A cantar uma
canção de terra
Aos teus pés
Deixei crescer uma grossa
Raiz branca
a deslizar para dentro
E para fora,
o coração com medo
A raiz agora grossa como a perna
E a criança
que não era criança
Movia-se
depressa
Uma ponte
natural sobre o meu
Abismo
escancarado
A pele
branca excepto
A mancha
sangrenta que lhe verti
Até à
bochecha.
Agora, a
minha raiz penetrava
A carne da
sua coxa
E emergia do
seu ombro
Com rebentos
de folhas vermelhas
E brilhavas
uma lagoa de sangue
À luz do
meu archote.
André Consciência
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