segunda-feira, 13 de maio de 2013
Fornalhas dos Ferreiros
Olhos postos nos pântanos varridos
Nas grandes e descoradas ondas de chuva
Os dois por entre o torrencial
Até ao cume, regressávamos a casa
E descíamos como tolos os caminhos
Do destino, sem falar,
Com a cabeça descoberta sob as estrelas
E as sombras da noite estendiam-se longas
Escuras, pela terra coberta de erva mortiça
Será que os deuses precisam de homens?
Ou somos como cães a ladrar para chamar os donos
Que não querem ouvir?
O caos vencido pelos poderes do mistério,
O dia dava lugar ao crepúsculo no chão
Musgoso por baixo da sombra do carvalho
Enquanto a mente se afundava nas trevas.
André Consciência
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