sábado, 24 de setembro de 2011

Frio




As margens do rio que as chuvas recentes
Fizeram torrente castanha e espumosa.
Pousei a cabeça na mão, com o meu
Suspiro, com a minha... caligrafia.

O frio entrava por cada frincha
O vapor de água saia-me pela boca.
Os outros bebem com a sua pele
Cor de cera e os seus olhos mortos.

Uma sentou-se e ficou a observar
Com olhos sonhadores
Ao som dos fragmentos de gelo a deslocarem-se
Na água, e do pio solitário de um mocho.

Eu fiquei à espera.


Horned Wolf

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