quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Cavalos. Visitantes. II
Ouvi-la-ei chamar-me na pulsação do sangue
No premente bater do coração.
Sob os sombrios carvalhos onde estávamos
Tudo era sombra e imobilidade,
As luzes coloridas brilhavam difusamente
E a música zumbia.
A imundice dos campos
Seguia-nos a medo
No cacarejar de uma velha.
Uma confusão de pés no relvado
Alguns descalços, outros calçados.
De novo, à sombra do vidoeiro sem folhas
Encostada a um tronco, com a roupa despida
Na erva estendida.
Uma a uma, as minhas memórias
Entraram nos trenós e começaram
A deslizar pelo gelo,
Correndo contra os primeiros alvores
Do dia.
O Inverno começava a clarear,
Trémulo de exaustão,
Com o corpo coberto por uma camada
De gelo.
Do meu peito saiu um grande soluço.
Horned Wolf
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