domingo, 6 de maio de 2012

Since 1985


Deste ponto a ponto distinto
César vive e espalha a sua rede
De pescar espíritos.

Nos anos trinta, a Queda do Homem,
Na altura eu e tu comíamos pizza
- Em Leiria -
E na televisão os coros apostólicos
Rodavam as nossas cabeças com
Canais da MEO.

Nos anos subterrâneos era tudo
A Palestina, com os super heróis
Mitológico-americanos
A rir-se debaixo da Lua
Dos monhés armados,
Eu fumava na banheira
O cigarro que tu também
Experimentavas em mim o bâton
Que nunca usaste em ti
E com água nos dedos
Lavavas-me lábios.

Nos anos 40, a Casa Branca mudara-se
Para o fundo do oceano, e ali escondia
As suas mentiras; à superfície
As habitações ardiam.

Era a Noite dos Mortos
Eu estava desesperadamente só
E o telemóvel, que me não deixava
Paz.


André Consciência

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