Um rosto é sempre simples, dois olhos, duas faces, testa, queixo, os lábios; um instrumento simples, em bruto, com ele te conheço e com ele me conheces. É nos posteriores detalhes que nos esquecemos do que primeiro é o rosto. Nos detalhes representamos, e o corpo todo, porque segue sempre o rosto, torna-se superstição, imortalidade.
Cada semblante possui os seus traços de tempos e épocas distintas, mas eu sou sempre branco, cabelos e asas alvas, olhos transparentes como duas bolsas de vidro vazias.
Pressentes muitas máscaras, tripticas todas, mas só uma te atrai, porque não tens ainda rosto para suportar os muitos rostos, e vais sonhar fundo, adentrando a dimensão.
André Consciência, baseado num sonho de Cátia Ferreira
André Consciência, baseado num sonho de Cátia Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário