Campos carbonizados e aldeias queimadas surgiam nas margens, e os baixios e bancos de areia estavam semeados de navios quebrados. A enseada enchia-se de murmúrios e um cisne branco continuava a avançar, começou a colidir com os cadáveres que eram empurrados pela corrente para o mar. Alguns dos corpos transportavam tripulações de corvos, que se erguiam no ar, protestando ruidosamente, quando o cisne perturbava as suas jangadas grotescamente inchadas. Delineada contra as estrelas do princípio da noite, era neve, caindo. O pátio estava coberto por um fino manto branco, que se ia tornando mais espesso e voltava a subir em silêncio. Não haveria mais plantações, nenhuma esperança de uma colheita. Na costa, assassinos de capuzes brancos tinham-se tornado de novo em crianças sob o frio feitiço branco, e travavam uma guerra de bolas de neve pelo pátio e ao longo das ameias.
André Consciência
André Consciência
o Texto não podia estar mais do que Excelente! gostei muito. Parabéns André
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