quarta-feira, 15 de agosto de 2012

And Death Shall Have No Dominion





Defuntos nus fundir-se-ão
Com a lua a poente e o homem do vento;
Quando os seus ossos forem limpos e os limpos ossos varridos,
Haverão estrelas onde haviam pés e cotovelos;
Ainda que enlouqueçam serão sãos,
Ainda que se afundem no mar deverão emergir;
Ainda que se percam amantes não se perderá o amor;
E a morte não dominará.

E a morte não dominará.
Sob as dobras do mar
Aqueles que há muito jazem não perecerão ao vento;
Contorcendo-se desesperadamente enquanto sem romperem
Acorrentados a uma roda, os tendões cedem;
A fé nas suas mãos fender-se-á,
E os males unicórnios atropelam;
Em todas as extremidades rachadas estão ainda intactos;
E a morte não dominará.

E a morte não dominará.
As gaivotas não tornarão a chorar aos seus ouvidos
Ou as ondas a quebrar alto nas costas;
Onde uma flor desabrochou nenhuma outra flor
Erguerá a cabeça às investidas da chuva;
Ainda que estejam enlouquecidas e mortas como pregos,
As suas cabeças martelarão as margaridas;
Irrompem ao Sol até que o Sol se rompa,
E a morte não dominará.


Dylan Thomas
Traduzido por André Consciência

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