A cobra veio ao poço
E eu, de pijama,
Num dia de calor
Á sombra funda e estranha
Com perfume da macieira
Ladeando a escadaria
Onde se espera
Descer o poço.
Ela entrou na soturna fissura
Da muralha de pedra
Amarela e suave e toda uma barriga
A fazer o fim da pedra
A descansar toda garganta
No topo da pedra
Onde a água mais pingava na ascendente
Vertical ela bebia de boca direita
Glandulas lânguidas e silêncio húmido
Eu esperava, e o meu poço
Não era meu, a cabeça ela ergueu
E baixou, e mais bebeu.
E o meu poço não era meu,
Mas eu era negro, negro
E inocente, e ela dourada
Resplandecente.
Horned Wolf
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