segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Aquele Que Está Diante de Deus
Á esquerda do jaspe e da sardónica,
Envolto num arco íris de esmeralda
Contorcia-se um relâmpago vestido
Com as neves longas do Inverno
E munido de um rosto ao Sol.
Na Igreja, só a fronte de alguns
Brilha. No céu, Adão possui chagas
Tudo o resto, asas, mas nem todas
As asas, em tamanho são iguais.
Á esquerda do Rio Tigre, um raio
Dourado, com corpo de crisólito
E bronze nos membros, fazia arder
Os fachos dos olhos.
No céu, todos seguram espadas
E o Príncipe do reino da Pérsia
Ainda não está no Inferno,
Mas nem todas as espadas, são,
Em cumprimento, proporcionais.
Só podemos ter um corpo novo
Se cairmos para cima:
Cabelo de mulher, dentes de leão
E vulto de homem, asas, com estertor
De batalha, e caudas de escorpião
Para assustar a morte.
Há centenas de milhões de cores
Que nem sequer conhecemos.
Horned Wolf
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Morte de Urzes
O silêncio é uma ravina
Onde se esconde o pardal
E Deus se inclina.
É uma tontura
Onde acaba o homem
E a Lua perdura.
O silêncio é a solidão
Das árvores que cantam
E incêndio orfão.
O silêncio é a morte
Que nasce nas urzes
E rasga a norte.
Estendemos, no deserto
As almas, e deitamo-nos
Sobre elas.
As estrelas giram
Que os nossos corpos sorriam
Criando aguarelas.
André Consciência
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Portas e Penedos - performance de dança e poesia por André Consciência e Soraya Moon
Sexta-feira, 26 de Agosto às 22:00
Espaço Tuatha
Rua Pinheiro Chagas, nº 48, 2º 1050-175
Lisboa
"De vestes negras inclina-se
Deus, sobre o corpo de um anjo
Conjura alguma coisa da cabeça
E do coração do cadáver."
Poesia de André Consciência interpretada pelo autor, acompanhada pelas atmosferas sonoras de Babalith e a dança interpretativa de Soraya Moon. O acto será acompanhado por uma exposição de cariz esotérico e contemplará o fantasmagórico enquanto matriz da realidade mundana do dia a dia.
Valor: 5 euros
Inscrições no local ou por email:
abismohumano@gmail.com
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A Deeper Shade Upon Her Name
Hooded Figure on Hallowed Ground - Gary Corb
No término da prata-além
O seu título de negrume
Abrasa-se e espalha-se com aras
O ventoso esquecimento esmorece
E bailam um lume, as lunares folhas
Da sombra campestre.
Abre-se alada, eclipsada,
Uma gruta de lobos
E levanta-se a brilhar
Com orgulho e em colisão
Com o topo da Lua.
A forma funda santifica
A treva de estar
Nua.
Envolvem-se os poemas
E na fera giratória
A água levita-se
E torna-se memória.
André Consciência
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Ohmésêhese
A jaula perto da fonte, na praça,
Alberga três gémeos cegos. Ao lado,
Um teatro de marionetas, desempenha
Uma peça sem sentido. O cachimbo
Chinês, proporciona um sonho a branco
E branco. Na neve, o homem de chapéu
Perseguiu a raposa, com corpo de mulher,
Ou do açúcar no matutino café, dois
Tiros para o ar a saírem dos olhos
Aguados, raios parta o mundo e os seus
Penhascos, o homem olhou para as mãos
As suas mãos de raposa, com penas,
E sangue e deserto, a serem o fim
Do coração e o fim do coração, escultor.
Sem magia, os pulsos não tremiam,
Pôde executar muitos assassínios
Na noite que os guerreiros de elite
Cheynne, saíram vestidos de mimos.
André Consciência
Alberga três gémeos cegos. Ao lado,
Um teatro de marionetas, desempenha
Uma peça sem sentido. O cachimbo
Chinês, proporciona um sonho a branco
E branco. Na neve, o homem de chapéu
Perseguiu a raposa, com corpo de mulher,
Ou do açúcar no matutino café, dois
Tiros para o ar a saírem dos olhos
Aguados, raios parta o mundo e os seus
Penhascos, o homem olhou para as mãos
As suas mãos de raposa, com penas,
E sangue e deserto, a serem o fim
Do coração e o fim do coração, escultor.
Sem magia, os pulsos não tremiam,
Pôde executar muitos assassínios
Na noite que os guerreiros de elite
Cheynne, saíram vestidos de mimos.
André Consciência
domingo, 14 de agosto de 2011
O Verão nas Nossas Bocas
Summer of Love - Ora Moon
As minhas mãos aprendem-te, um vento melódico
na geada pura, de ti brotam enchentes
minhas mãos com tudo.
O meu sangue acordando onde moves a matéria
Beijo os teus olhos e deslizo na esperança
Do teu aro de fogo que se entrega
Na carne viva da tua carne em ascendência
Na luz dos meus braços seguro-te, luz pulsante
do meu perpétuo instante.
O incêndio da tua voz a murmurar o mundo
De cada coisa, abrindo a minha face
Para que a água encha, os dias a nascer
Onde o corpo aspira longamente, e as sombras
em êxtase, dos bárbaros de rosto divino,
O fulgor do mar inspirado, do crepúsculo,
Da montanha nos cavalos brancos da nossa vida.
O verão nas nossas bocas, a morrerem
Uma na outra, os arcos do horizonte
Derrubados no amor, mais terrível
Do que o dia.
André Consciência
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