sábado, 31 de outubro de 2009

Casa de Sonho


In Every Dream Home an Heartache, Fields of the Nephilim


De semblantes estimulados,
Os braços envolta de mulheres
E a luz cintila, que entra
O céu gelado, o chão morno
E toda a luz cinzenta é pele
Se as árvores soltam chuva
E as cabeças habitam lâminas
De perfume, e todo
O cinzento é pele de manhã.

Agora isto, gritos em casas de sonho,
De paredes mornas e tectos quebrados
A deixar entrar os pés frios de uma cabeça
Cheia de balas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Casa de Jaguares

Ishtar, por Vian Sora


A Procissão dos Deuses, nesta terra, deve ser feita entre leões, porque o poder da fome habitou os leões, e não contra os leões, por isso, os leões conhecem o amor e são o símbolo de Ishtar. O Homem Real está Nu e monta sobre quatro Leões; devora os quatro bois.

Pazuzu (que espalhava a fome), tantas vezes temido, que caminha como um homem mas possui o corpo de um Escorpião e uma face de Leão (asas repletas de penas), era, na Mesoptamia, um protector contra o Demónio, Lamashtu, que trazia a doença.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vénus Reflectindo Cisnes

Dedicado à Marta


Cisnes Reflectindo Elefantes, Salvador Dali


A neve na língua solta
Desfaz o tempo.
É crepúsculo, e a água
Do teu corpo, reflecte
O chão.

Quantos cisnes voam, no teu riso.

O teu olhar cobre-se
Da simplicidade dos flocos
E a eternidade move-se
Efémera, uma figura de ti.

Quantos cisnes voam, no teu riso.

As criaturas brilhantes
Que são os dias bailantes
Levantam-se da tua noite
E brindam as asas
Que vão dar a todas as costas.

Quantos cisnes voam, no teu feliz adormecer.

Cansados, os corpos misturam-se
Com a noite, e o frio
De todos os ribeiros celestes
Na pele que vestes.

Quantos cisnes voam, no teu feliz adormecer.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Círculos Azuis

_C_r_i_a_n_ç_a_,_ _v_ê_,_ _e_s_t_a_ _m_o_r_t_e_ _q_u_e_ _n_o_s_ _d_e_u_ _v_o_z_ _d_e_ _t_i_g_r_e_s_ _m_e_s_m_o_ _s_e_n_d_o_ _h_o_m_e_n_s_,_ _q_u_e_ _n_o_s_ _d_e_u_ _f_o_m_e_ _m_e_s_m_o_ _q_u_a_n_d_o_ _é_r_a_m_o_s_ _a_n_j_o_s_._



Algol, Last Minutes of a Dying Star

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Promessas 3 **


Mesh-ki-ang-gasher (small), Babalith, 2005


"Tu deixarás os teus sentidos como que desprotegidos, sem nada entre a sua inteligência e o mundo, vais deixa-los sorver tudo tão directamente que sentirás que morres no prazer e no horror dilacerante. Cedo, todavia, será que te aperceberás que o intelecto se tornou, no despertar real dos canais físicos, sagaz e excelente."

"Meditai sobre aquela digestão que procede debaixo, para cima. Somos fome pura e despida de conceitos, e nisto jaz a nossa primeira virtude, uma virtude caída e denegrida, mas também um poder iluminado e ascendido.
Atentai uma vez mais. Como têm sede.., como a temem e a matam sem respeito. Ninguém acreditaria, meu amor, se disséssemos nas suas próprias palavras que a função da sua sede é matar, que a função da sua sede não é ser morta, qual absurda impossibilidade."

"Entre nós, não existem barreiras na carne devido ao mesmo que a transcende e que a é. O que, por conseguinte, estas criaturas que se passeiam em multidão cometem, é um incesto de estripe menor, não digna, na verdade, de ser intitulada de incesto."

Retirado d"As Cartas de Mesh-ki-ang-gasher"


André Consciência