domingo, 16 de agosto de 2009

Luz Serpenteante




Liza Minelli sintetizada em Siouxie Sioux para estética de final de milénio




Literatura Obscura Medieval do Século XVIII (E a Escola Inglesa)

O gótico começa com a desilusão para com as ideias racionalistas, a tribo sentimentalista, de sonhadores que estão contra o materialismo e a favor do iluminismo (embora o desafiasse pela exposição sem pudor do caos) - a estudar também o estilo barroco. Surge em oposição à filosofia neoclássica, e buscava os temas mais reprimidos da psique humana, os seus medos, aproximando o simbólico e o obscuro, o verificavel e o sobrenatural. Politicamente, repare-se no significado do seguinte: padres malignos em catedrais misteriosas, e ariostocratas maléficos em castelos abandonados.

A arquitectura dos espaços dos homens é claustrofóbica, e a natureza exalta o terror pela vastidão.


Século XVIII:
O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole
The Old English Baron, a gothic story (1777)
The Recess; or, A Tale of Other Times (1783-1785)
Charlotte Smith, autora de Emmeline
The Orphan of the Castle (1788)
The Castle of Wolfenbach (1793)
The Mysterious Warning (1796)
Clermont (1798)
The Orphan of the Rhine(1798)
Zofloya, or, The Moor: A Romance of the Fifteenth Century (1806)
Vathek (1786)
Anne Ward Radcliffe (1764-1823)
The Castles of Athlin and Dunbayne (1789)
A Sicilian Romance (1790)
The Romance of the Forest (1791)
The Mysteries of Udolpho (1794)
The Italian, or The Confessional of the Black Penitents (1797)
Northanger Abbey (1818), Jane Austen
The Monk (1796)
Les Crimes D'Amour (1800)
The Pursuits of Literature (1796), de T. J. Matthias
Melmoth, the wanderer (1820)
Frankenstein, or The Modern Prometheus (1820)
The Strange Case of Dr. Jeckill and Mr. Hyde (1886)
The Island of Dr. Moreau (1896), de H. G. Wells
Dracula (1897) de Bram Stoker
Carmilla (1872)
The Picture of Dorian Gray (1891) escrito por Oscar Wilde
Edith Birkhead (1921) The Tale of Terror.
Montague Summers (1938) Gothic Quest
Devendra Varma (1957) The Gothic Flame
Victor Sage (1985) Horror Fiction in the Protestant Tradition
David Punter (1996) The Literature of Terror
Maggie Kilgour (1995)The Rise of the Gothic Novel, Routledge
Fred Botting (1996) Gothic, Routledge




O Romantismo do Século XIX (E a Escola Francesa)

O Romantismo do século XIX (eu sei, a importancia alemã), que, de intelectualidade rebelde, buscava o nacionalismo, o individualismo, o drama humano, condecorado de lirismo e de subjectividade. Aqui busca-se o exótico, o selvagem, a liberdade... O romantico idealizava uma sociedade à imagem da sua alma, exaltava a mulher, e procurava escapar à realidade.

A natureza é utilizada neste movimento de forma a exaltar os sentimentos e os paraísos artificiais florescem.

Continuando em França, o impressionismo, em que o que o homem vê não são os objectos mas a luz (preste-se atenção a isto), passando então a pintar não em estúdio mas ao ar livre, e o expressionismo, mais preocupado com a interiorização da arte do que com a sua exteriorização, dando-se importância à mensagem oculta de cada obra. Nos anos 20 de Paris o surrealismo, centrado no psicológico, liberto da lógica e da razão, para lá do quotidiano e boca aberta do inconsciente. Aqui a rejeição a valores estáticos como pátria, família, religião, trabalho e honra, realçando e louvando um novo elemento, o humor. Começa a escrita automática e um ingrediente comunista, a arte é dos homens comuns, não dos génios.

No século XX o modernismo, que clama que as formas tradicionais de arte foram ultrapassadas, golpe desferido pelos impressionistas e simbolistas (eu sei, a importância alemã), e por Nietzsche (que matou Deus) depois Freud (que nos diz que as impressões do exterior advêem dos impulsos interiores e que assim o exterior não é absoluto e por si mesmo) e Jung com o seu inconsciente e o seu inconsciente colectivo. A ideia era que, em vez de re-aproveitar as técnicas antes conseguidas, se começasse inteiramente de novo (em paralelo com o advento da teoria da relatividade na fisica, por exemplo, e portanto num panorama em que a realidade perdera a solidez).

Continuando com os franceses, explore-se a cultura de cabaret com o seu teatro, as suas comédias, canções e danças, as mulheres e a volúpia, o criticismo e a liberdade de expressão.



Do Romantismo:
Francisco Goya
Bocage
Sturm und Drang
Arte moderna de Giulio Carlo Argan
Eugène Delacroix
William Turner
William Blake
Edward Young
James Thomson
William Cowper
Robert Burns
Byron
Shelley
Keats
Goethe
Schiller
Herder
Friedrich Schlegel
Novalis
Friedrich Hölderlin
Stendhal
Victor Hugo
Musset
Leopardi
Manzoni
Almeida Garrett
Alexandre Herculano
José Espronceda
José Zorilla
José de Alencar
Walter Scott
Balzac
Beethoven
Chopin
Tchaikovsky
Felix Mendelssohn
Liszt
Grieg
Brahms
Verdi
Wagner
Pucinni
António Feliciano de Castilho
Camilo Castelo Branco
Soares de Passos
Júlio Dinis
João de Deus
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Fagundes Varela
Junqueira Freire
Castro Alves



Modernismo:
Macunaíma
Klaxon
Antropofagia
Friedrich Nietzsche
Søren Kierkegaard
Sigmund Freud
Carl Jung
Salon des rejects
Manet
Stéphane Mallarmé
Torre Eiffel
industrialização
Gustav Mahler
Gustave Flaubert
Arnold Schoenberg
Kandinsky
Der blaue Reiter
cubismo
Picasso
Georges Braque
Joseph Conrad
Virginia Woolf
James Joyce
T.S. Eliot
Erza Pound
Wallace Stevens
Guillaume Apollinaire
Joseph Conrad
Marcel Proust
Gertrude Stein
Wyndham Lewis
Marianne Moore
William Carlos Williams
Franz Kafka
Igor Stravinsky
Matisse
Mondrian
Le Corbusier
Mies van der Rohe
Walter Gropius
Frank Lloyd Wright
John Maynard Keynes


Expressionismo:
Mendelsohn
Die Brücke
Van Gogh
Edvard Munch
art noveau
Paul Klee
Henri Matisse
Paul Gauguin
Ernst Ludwig Kirchner
Emil Nolde
Bauhaus
advento da abstração
Vassíli Kandínski
August Macke
Diego Rivera
Jackson Pollock


Impressionismo:
Impressão, nascer do sol (1872)
Claude Monet
A luz e o movimento
Edgar Degas
Renoir
Edouard Manet
Washington Maguetas


Surrealismo:
Max Ernst
René Magritte
Salvador Dalí
André Breton
Luis Buñuel
Guillaume Apollinaire
Paul Éluard
Louis Aragon
Benjamin Péret
Jacques Prévert
Alberto Giacometti
Antonin Artaud
Juan Miró


Cabaret:
Josephine Baker
Madame Satã
Le Chat Noir
Moulin Rouge
La Goulue
Yvette Guilbert
Jane Avril
Mistinguett
Le Pétomane
Henri de Toulouse-Lautrec
Folies-Bergère
Charles Aznavour
Jacques Brel
Serge Gainsbourg
Edith Piaf
The Swingle Singers
Buntes Theater
Werner Finck - Katakombe
Karl Valentin - Wien-München,
Claire Waldoff
Kurt Tucholsky
Erich Kästner
Klaus Mann
Marlene Dietrich
Karl Farkas
Werner Finck
Dora Gerson
Dieter Hildebrandt
Erich Kästner
Ute Lemper
Klaus Nomi
Dieter Nuhr
Volker Pispers
Alf Poier
Gerhard Polt
Jura Soyfer
Kurt Tucholsky
Karl Valentin
Karin Berri
Tineke Schouten
Bert Visscher
Najib Amhali
Brigitte Kaandorp
Wim de Bie
Louis Davids
Sanne Wallis de Vries
Freek de Jonge
Herman Finkers
Javier Guzman
Raoul Heertje
Youp van 't Hek
Toon Hermans
Wim Kan
Kees van Kooten
Theo Maassen
Wim Sonneveld
Hans Teeuwen
Jochem Myjer
Hans Liberg
Claudia de Breij
Karen Akers
Joséphine Baker
Kaye Ballard
Laurie Beechman
Ann Hampton Callaway
Liz Callaway
Peter Cincotti
Rosemary Clooney
Bob Dorough
Michael Feinstein
Ella Fitzgerald
Murray Grand
Hildegarde
Billie Holiday
Lena Horne
Eartha Kitt
Nancy LaMott
Peggy Lee
Jay Leonhart
Dorothy Loudon
Amanda McBroom
Susannah McCorkle
Carmen McRae
Bette Midler
Liza Minnelli
Mark Murphy
John Pizzarelli
Faith Prince
Kenny Rankin
Annie Ross
Bobby Short
Nina Simone
Frank Sinatra
Jeri Southern
Barbra Streisand
Elaine Stritch
Julie Wilson
The Butterfly Club
Le Lido
Lapin Agile
Cabaret Voltaire
Tropicana
The Blue Angel
Can Can



Os Beatniks (e a Escola Americana)

Agora na América (mas ainda baseado na boémia francesa), os Beatniks, 1950-1960, um grupo de escritores, cujas características se provavam pela obscenidade alargando as permissões da censura. Boémios hedonistas que celebravam a espontaneadade criativa, eram viscerais nas suas palavras e no experimento da combinação das suas palavras, procurando através disto um entendimento espiritual aprofundado.


Geração Beat:
Howl (1956) de Allen Ginsberg
Naked Lunch (1959) de William S. Burroughs
On the road (1957) de Jack Kerouac
Neal Cassady

Ecos da Geração Beat:
Hippies
Punks




Os Oitenta e os Noventa

Nos oitenta, começa a aparecer a música, que continua nos 90 e então se difunde um pouco nos derivados do Metal: Gothic Metal, Doom Metal, Metal Sinfonico e Dark Ambient.


Anos oitenta e noventa:
Joy Division
Bauhaus
The Sisters of Mercy
Siouxsie and The Banshees
Alien Sex Fiend
London After Midnight
Faith and Muse
Clan of Xymox
e.t.c.





Cinema:

Faltou falar das influências no cinema, embora muito esteja incluído no expressionismo:

Temos Georges Melies, o ilusionista, que começou a filmar em 1896:

The Devil's Castle

The Lady Vanishes

L'Éclipse du soleil en pleine lune

The Magic Lantern

Infernal Cakewalk

Le Monstre

La Cornue Infernale

Le Chauldron Infernale

Evocation Spirite

Le Voyage Dans La Lune

Les Cartes Vivants




Em 1910, a primeira versão em filme de Frankenstein.

Robert Winer com o O Gabinete do Dr.Caligári.

Fritz Land com o Vampiro de Dusseldrof.

O Der Golem, o Estudante de Praga, e o Alraune (ao estilo de Frankenstein, a menina é uma experiência) de Paul Weneger.

O Corcunda de Notre Damme.

Dr. Jekyll and Mr. Hyde.

The Hound of Baskervilles.

O Nosferatu de Murnau.

O Dracula de Bram Stoker.

O Dracula de Bela Lugosi, The Devil Bat, White Zombie, The Wolfman.

Phantom of the Opera.

The Blackbird.

O London After Midnight, que infuenciou a banda. The Magician.

The Mummy.

I Walked With a Zombie.

Cat People.

Vampyr.

Freaks.

Entrevista com o Vampiro.


As listas não estão, obviamente, completas.


A subcultura, culta, apenas dispersa, não unida, sem a devida capacidade para causar uma mudança social significativa, ainda que, cada vez mais, conquistando espaço. Aqui os eruditos encantados, os cientistas feiticeiros, os pensadores do apocalipse, suficientemente atentos para clamar: uma alma sensível encontra beleza mesmo no terror dos destroços, e da ruína da sua época e da sua civilização ela ergue o intelecto e a luz como uma chama impossível de extinguir.




Curiosidades
1:
Lembrem-se que Streisand começou nos cabarés. Aprendeu o estado de "diva" com as drag queens e tinha um público vasto de fãs homosexuais que frequentavam os locais de cabaré.

O Frank Sinatra e o seu jazz não são propriamente música de cabaré, no entanto o cabaré era uma temática que expunha, e movia-se dentro do meio, actuando também em cabarés. Muita da música de cabaré pode até ser ouvida em clubes de jazz, a diferença sendo que o cantor de cabaré se foca no teatro musical e no caracter intimista (e nisto o Sinatra podia ser um expert).

A Garland fazia cabaré, entre as coisas pelas quais é famosa.


2:
Tolouse-Lautrec

Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros cabarés, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX.

Era atraído por Montmartre, uma área de Paris famosa pela boemia e por ser antro de artistas, escritores, filósofos. Escondido no coração de Montmartre estava o jardim de Pere Foret onde Toulouse-Lautrec pintou uma série de óleos sobre tela ao ar livre de Carmen Gaudin (a modelo ruiva que aparece no quadro "A Lavadeira" de 1888). Quando o cabaré Moulin Rouge abriu as portas ali perto, Toulouse-Lautrec foi contratado para fazer cartazes. Posteriormente ele passou a ter assento cativo no cabaré, onde suas pinturas eram expostas. Nos muitos conhecidos trabalhos que ele fez para o Moulin Rouge e outras casas noturnas parisienses estão retratadas a cantora Yvette Guilbert, a dançarina Louise Weber, mais conhecida como a louca e cativante La Goulue("A Gulosa"), a qual criou o cancan francês, e também a mais discreta dançarina Jane Avril.


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3:
O Anjo Azul

O Anjo Azul mergulha nas entranhas da degradação e da decadência do ser humano sem dó nem piedade. A atmosfera turva e cativante é bastante peculiar para um cineasta bebedor do expressionismo alemão, e é nesse clima sombrio e pesado que Sternberg constrói a sua história, a partir do belíssimo argumento de Robert Liebmann. Mas, sem dúvida, estamos diante de um filme onde a categoria do seu director é o grande destaque.

(...)

A rigor, percebemos que, com o decorrer da metragem, Sternberg homenageia Murnau e seu Fausto - alguém pode encontrar um pouco do humor efêmero de Aurora. Temos, no entanto, um filme com personalidade, que fala por si, que exalta alegrias, emoções e tristezas. Há, também, alusões eróticas impensáveis para a época (Marlene Dietrich, em optimo desempenho, dança e canta com poucas peças de roupa sob seu corpo perfeito).


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4:
Vaudeville


Vaudeville foi um gênero de entretenimento de variedades predominante nos Estados Unidos e Canadá do início dos anos 1880 ao início dos anos 1930. Desenvolvendo-se a partir de muitas fontes, incluindo salas de concerto, apresentações de cantores populares, "circos de horror", museus baratos e literatura burlesca, o vaudeville tornou-se um dos mais populares tipos de empreendimento dos Estados Unidos. A cada anoitecer, uma série de números eram levados ao palco, sem nenhum relacionamento dire(c)to entre eles. Entre outros, músicos (tanto clássicos quanto populares), dançarina(o)s, comediantes, animais treinados, mágicos, imitadores de ambos os sexos, acrobatas, peças em um único a(c)to ou cenas de peças, atletas, palestras dadas por celebridades, cantores de rua e filmetes.



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Sugestão do Dia:



1 comentário:

  1. Um tratado... Vou guardar. Fazer buscas, perder-me, descobrir, aprender. Obrigado.

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