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fotógrafa: Soraya Moon
Sobre o tórrido amarelo das casinhas e vielas debaixo
Do miradouro planando a Capital, uma criança de calcanhares
Em fogo atravessava os ossos pelo laminal frio do vento
No Verão.
De resto, eu apreciaria escrever
Sobre alguém morto, e que não tivesse de responder por nada
E a pequena está morta
Mas quando a noite se puser
Na hora do amanhecer, pela décima terceira vez,
Há-de o homem-pássaro dar-lhe uma bolacha e eu
Serei sempre partido ao meio e mastigado, com tudo por
Responder.
André Consciência
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