terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Casa Sem Paredes
Rooms by the Sea - Edward Hopper
Não haver ninguém nos céus
É que te fez, como a um grito
Contra o mesmo angustiado.
Na tua vida há o teu canto
Só, o mistério da violência
Do sangue, a vitória do desastre.
A loucura ilumina-se
No ardor do teu canto
No pecado ácido do teu olhar
No esguio corpo da tua lembrança
Á luz do meu Inverno
Nos domingos pelos campos
As abobadas coalhadas na tua súbita
Imagem.
Depois, o frio mineral das catacumbas
Perfuradas estivalmente por explosões de palmeiras.
No céu sem ninguém habitam granadas
O mar torna-se castanho como a planície
Uma luz inquieta mastiga-te os olhos
És como a minha terra, difícil de desvendar
Como um silêncio de revoluções subterrâneas
As tuas mãos e as minhas são calor
Triste. A nossa nudez saciada na tranquilidade
Cálida do chão.
Nada em ti está seguro, não és de tempo algum
Nem dos lugares, somente aparição.
Horned Wolf
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Gosto particularmente das imagens que o poema invoca na mente.
ResponderEliminarBeijinhos!
É isso que têm as tuas palavras: entranham-se.
ResponderEliminar