Subitamente, tínhamos chuva à nossa volta, fios de gotas a contorcerem-se na superfície da pele. O vento fazia-se sentir, atacava os seios reluzentes da mulher e fazia com que as minhas asas estremecessem.
Abracei-a através do nevoeiro, os contornos escuros e desfocados das baixas copas de árvore passavam pelas pontas das asas. Abruptamente, as cortinas encardidas de chuva e nuvens abriram-se e nós entrámos um no outro.
"Não assustes os leões", disse-lhe. E o Sol era uma grande e gorda bola de fogo a olhar com espanto para a planície sombria e cintilante de sal que se estendia. Avançávamos lentamente no calor, os pés cobertos de pólen amarelo.
André Consciência
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