Um pássaro existe que vagueia sozinho no Sol, como uma sombra atrás da luz do fogo, uma memóra sombria. Veste um corta-vento azul e pode-se ver-lhe linhas de dor na testa, a cara pálida e luzidia de suor, os olhos aterrorizados num mudo apelo, a Palavra entranhada na boca. A cada passada, os metros tornam-se vastos como os céus e fundos como o fosso do inferno. Numa madrugada rosada sentámo-nos na borda do vale, com as penas penduradas, vestindo pijamas e roupão, nenhum de nós acompanhado.
André Consciência
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