Uma manada de búfalos despertava num amontoado escuro. Cabeças altas, as caudas a agitarem-se, iam-se aproximando ao ver a minha luz tornar-se mais forte, apressando-se a alcançar a segurança do meu corpo, duzentas enormes formas bovinas com as suas cabeças armadas e espáduas negras curvadas. Os meus raios revelavam os pequenos pássaros brancos que pairavam em redor da manada, sempre prontos a desembaraça-los dos incómodos parasitas. Levantei-me, a juba roxa ao longo do dorso ainda erecta, um som que parecia os céus purpura da madrugada, que fazia a terra estremecer e agitava as aguas tranquilas do grande lago.
André Consciência
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