quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A Corda
Adoração dos Magos - Domingos António de Sequeira
A solidão não pisa a linha que o rio
Sobranceiro à civilização, sombreia
Tal como não conheço a forma que a Lua
Desenha sobre o oceano para lhe arrancar
Com canção, as bordas.
Procuro as palavras que descrevam
Não haver barco que não a maré
Nem a montanha com o sopé.
E com palavra e som, pensamento,
E dom, faria esculturas, e deuses miniaturas,
Mas eu não tenho pincéis por tinta
Ou mãos que não sejam toque.
No meu corpo, existe ser os corpos
Que se atraem e repelem, se amam
E velejam o precipício do esquecimento
Para que cada rosto se devore em momento.
Na minha voz, existe o silêncio da vaga
Dantesca e atroz, que engole amantes sós.
No meu gesto, existe a lamuria da sereia
Despida de Lua e nua, nua, no meu passo de dança.
André Consciência
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Dai as algas...Bons mergulhos...
ResponderEliminarAvisa quando visitares os ares!
Boas Festas!
ResponderEliminarAbraço.
Lindíssimo, como sempre.
ResponderEliminarUma voz silenciosa digna de se ouvir ^^
Beijinhos!
Wolf,
ResponderEliminarTenho andado a correr os meus amigos e amigas bloggadávers... e, chegado aqui, venho já sem fôlego. Deixo-te para o fim, não porque és o meu último link, não porque cumpres o círculo perfeito com o meu amigo Wolf, mas porque a tua poesia foi um dos meus melhores achados neste ano que ora finda.
Muito, muito obrigado pela partilha!
Um abraço amigo e votos de um 2010 igual a 2009 - criativo, livre e intensamente poético.
Let it be dark, brother!