quinta-feira, 12 de junho de 2014

Cetim




O Palácio do dia exalava a fragrância
De bonitas jovens que sonhavam ser cortesãs
E nele um homem de pele enegrecida rugia
O pôr-do-Sol em meia centena de línguas. 


André Consciência 

domingo, 8 de junho de 2014

Músculo

Tu escrevias como quem tece
O feitiço das verdades que nunca
Cumpriu para as poder salvar
E dizias o tempo ganhava um corpo
Na espera e que a tortura dos alicerces
Em roda quando silenciados
Aproximavam os nossos vultos como
Feridas que se apegam às encostas

A "nascida do mar" tentava acalmar os animais
Nunca nascia, eu pensava que tinha
Fogo de artifício nas gavetas empoeiradas
Dos seus livros.
Eu cavalgava mas tu jogavas de ter um castelo
De cavalos para dormir.

O meu à deriva num mar
De vidro
Não caia qualquer chuva
As mãos de fogo lutavam com as velas
Algo enorme esvoaçava por cima
Da minha cabeça.



André Consciência